Como já discutido anteriormente, o tratamento de efluentes provenientes
das indústrias têxteis não é simples, e também não é eficaz na remoção de sua
cor e carga orgânica. Obtém-se uma eficiência maior com os processos de
adsorção em carvão ativado, contudo a adsorção de corantes de caráter catiônico
é limitada devido à superfície química do carvão ser positiva. É importante
salientar que este processo requer a disposição final das fases sólidas. Em
função deste inconveniente, existe uma certa predileção pela utilização de
processos que realmente possam degradar as espécies de interesse.
Dentro do contexto dos processos destrutivos, cabe aos processos
biológicos um lugar de destaque, um processo muito utilizado é o dos lodos
ativados, porém apresenta o grande inconveniente de ser bastante suscetível à
composição do efluente (cargas de choque), além de produzir um grande volume de
lodo. Por estes motivos, são estudadas novas alternativas que utilizam microrganismos
capazes de degradar de maneira eficiente um grande número de poluentes a um
baixo custo operacional.
A utilização de bactérias, por exemplo, como Pseudomonas sp e
Sphingomonas sp, tem sido reportadas na degradação de corantes. Estes
microrganismos são particularmente úteis para degradação de azocorantes, pois
tem a capacidade de realizar a clivagem redutiva nas ligações azo deste tipo de
composto, fato este que geralmente está associado à enzima azoredutase.
Os fungos de decomposição branca, como Peniophora cinerea, Pleorotus
ostreatus, Trametes villosa, Trametes hirsuta, Coriolus versicolor, Pycnoporus
sanguineus e Geotrichum candidum, são conhecidos por degradar vários tipos de
corantes têxteis. Estes fungos possuem a capacidade de mineralizar, além da
lignina, uma variedade de poluentes resistentes à degradação. Esta
característica se deve à ação das enzimas peroxidases e lacases. A lacase, em
especial, apresenta uma grande especificidade para um grande número de
compostos xenobióticos e efluentes industriais.